domingo, 18 de abril de 2010

MUNDO CADA VEZ MENOS DIVERSO


Toronto - O ritmo de perda da biodiversidade no mundo todo se acelerou nos últimos anos e será impossível cumprir com os compromissos internacionais de reduzir esta tendência até 2010, adverte um grupo de cientistas. Em abril de 2003, ministros de 123 países de todo o mundo se comprometeram a alcançar, até 2010, "uma redução significativa da atual taxa de perda de biodiversidade em nível local, nacional e regional, como uma contribuição para atenuar a pobreza e em benefício de toda a vida sobre a Terra.

No entanto, seis anos depois, não só não foi reduzido o ritmo de redução, mas ele aumentou até chegar a extremos alarmantes, segundo os especialistas. "Com toda segurança não vamos cumprir o objetivo de reduzir a perda de biodiversidade até 2010 e, portanto, também vamos descumprir as metas ambientais dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de 2015", afirmou Georgina Mace, vice-presidente do Diversitas.

O Diversitas é um programa internacional estabelecido em 1991 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) e pelo Conselho Internacional para a Ciência, que promove pesquisas científicas sobre biodiversidade

"As mudanças de ecossistemas e a perda de biodiversidade se aceleraram. Os ritmos de extinção de espécies são pelo menos 100 vezes mais elevados que os que existiam antes da aparição dos seres humanos e espera-se que sigam aumentando", acrescentou Georgina

Os especialistas concordam que o desmatamento, tanto para cultivar o solo quanto para a exploração de madeira, é a principal causa da perda de biodiversidade no planeta

Anne Larigauderie, diretora executiva do Diversitas, disse que um estudo apresentado na Cidade do Cabo, na África do Sul, em outubro passado, "aponta que o principal motivo é a mudança do uso da terra, essencialmente o desmatamento

Mas a situação mudará em 2050, já que a mudança climática será o principal causador da perda de biodiversidade

Apesar de ainda faltarem 40 anos para esse momento,a situação já é alarmante para os cientistas, segundo declarou Hal Mooney, professor da Universidade de Stanford e presidente do Diversitas

"O que acontece agora, e assusta a maioria dos cientistas, é que começamos a ver grandes impactos da mudança climática. Vemos novos elementos como consequência da mudança climática, como o aumento da frequência de incêndios e novas espécies invasoras que se estendem por todo o mundo", afirmou. Mooney explicou que a mudança climática cria grandes transtornos nos ecossistemas e muda as regras do jogo

Em resposta à mudança climática, vemos como emigram espécies a lugares onde há outras espécies. Vemos mudanças sobre quando as árvores perdem suas folhas, mudanças muito pronunciadas, o que afeta como opera o sistema", acrescentou

Diante desta situação, "é preciso aumentar o nível de conscientização sobre a ameaça que a perda de tantas espécies representa para o planeta", segundo Mooney. Uma das soluções é a criação de um mecanismo similar ao Painel Intergovernamental sobreMudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

Ambiente // Cientistas alertam que mudança climática está provocando acelerado desaparecimento de espécies animais e vegetais no planeta.

Fonte: Julio César Rivas da Agência EFE

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