domingo, 6 de dezembro de 2009

QUALIDADE DA ÁGUA COMPROMETIDA


A água limpa está cada vez mais rara na Zona Costeira e a água de beber cada vez mais cara. Esta situação resulta da forma como a água disponível vem sendo usada: com desperdício - que chega entre 50 e 70% nas cidades, e sem muitos cuidados com a qualidade. Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água.

Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização descontrolada, que atinge regiões de mananciais.

Na zona rural, os recursos hídricos, também são explorados de forma irregular, além da parte da vegetação protetora da bacia (Mata Ciliar) ser destruída para realização de actividades como agricultura e pecuária. Não raramente, os agrotóxicos e dejetos utilizados nessas atividades também acabam por poluir a água.

A baixa eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição: as perdas na rede de distribuição por roubos e vazamentos atingem entre 40 e 60%, além de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado.

O saneamento básico não é implementado de forma adequada, já que 90% dos esgotos domésticos e 705 dos afluentes industriais são jogados sem tratamento nos rios, açudes e águas litorâneas, o que tem gerado um nival de degradação nunca imaginado.

ALTERNATIVAS

A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação.

Será necessário, então, mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento.

Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de reduzir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa de passar por tratamento.

Apesar de não ser própria para consumo humano, poderia ser usada, entre outras atividades, nas industriais, na lavagem de áreas públicas e nas descargas sanitárias dos condomínios. Além disso, as novas construções, casas, prédios e complexos industriais, poderiam incorporar sistemas de aproveitamento da água da chuva, para usos gerais que não o consumo humano.
Após Rio-92, especialistas observaram que as diretrizes e propostas para a preservação da água não avançaram muito e redigiram a Carta das águas doces no Brasil. Entre os tópicos abordados, ressaltaram a importância de reverter o quadro de poluição, planejar o uso de forma sustentável com base na Agenda 21 e investir na capacitação técnica em recursos hídricos, saneamento e meio ambiente, além de viabilizar tecnologias apropriadas para as particularidades de cada região.

Fonte: Livro de GUSTAVO SIQUEIRA Gigantes da Ecologia

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